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terça-feira, 11 de setembro de 2018

CÉLIA MOURA - POESIA

Isso meu amor, devagar
Lentamente quanto uma serpente rasteja
Até à presa
Estende teus braços até mim.
A floresta não arderá, nem o sol se despirá
Até que a Tribo te incense
E eu te beije tão ternamente,
Tão apaixonadamente até morder teu sangue
E banir todas as açucenas do meu ventre
Outrora teu jardim.
Isso meu amor, vai com o vento
Leva todos os pedaços.
Ele sim te purificará no incessante fogo
Só ele terá misericórdia de ti.
Eu parti enquanto bebia licor
Com aloé vera nos olhos
Cravos vermelhos espetados
Entre o crânio a a medula
Com meu ramo de noiva
Encalhado no coração.
Vai!
Enlouquece nas orgias
Até saboreares toda a dor, toda a loucura animal
Que se esvai até à santidade ou até à morte
E sente o pó debaixo do teu ventre de serpente.

Célia Moura, a publicar














Fotografia - "Google"


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