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domingo, 9 de setembro de 2018
UM POUCO MAIS
Um Pouco Mais
Bastar-me-iam os pássaros
Bebendo água das nossas mãos
Rendidas,
Bastar-me-ia dançar nua
Desafiando a chuva
Rebolar no vento
Atravessar o acutilante sorriso ao Tempo
E ser a bela cigana lançando cartas
Tragando o feroz destino a um só momento.
Bastar-me-ia o leite de minha Mãe,
O colo do meu Pai
Um dia a mais
Ou quem sabe um dia a menos
Mas nunca o previsível contorno oblíquo
Das emoções transladadas de cetim
Por mim inebriadas.
Bastar-me-ia a água cristalina da ribeira,
Um vestido de sol
E não existirem traças no soalho antigo.
Bastar-me-iam as ladeiras e as colinas
O pastor dormitando no silêncio
E a simplicidade de uma rubra papoila
Embalando-me nas planícies.
© Célia Moura, a publicar “Terra De Lavra”
(© Nicole Burton (parvana_photography)
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