A minha mãe não me deixava com receio de que eu as estragasse.
Eram presente das tias ricas, irmãs do meu pai.
Não eram para eu brincar, eram só para de vez em quando eu poder olhar, nunca tocar, elas sempre dentro das caixas, lindas, e só quando eu pedia à minha mãe, sorrindo ela me deixava contemplá-las.
Pobre mãe, eu sei que ela talvez não fizesse por mal.
Mas hoje, tenho tantas saudades dessas raras bonecas da minha infância, com as quais jamais brinquei, às quais nunca contei sequer um segredo, as quais nunca mais vi.
E por vezes dou comigo a pensar – que terão feito às minhas bonecas?
Célia Moura
(Wang Jiang Painting)
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