É do deserto que me deixas que se abrem as
linhas,
árduas dunas de sede e areia em chão mártir de
ventos,
sacrificando pegadas silentes
meu telhado, uma palavra que não
protege minh' alma de noturno sol
massacrante
trincando meus lábios,
retalhos de luz
que oásis nunca
alcança
[lábios expatriados
de um verbo que se move
molhado]
por baixo das pálpebras
estafadas
noites dão alucinógenos
às retinas
fazendo-me lembrar ser flor
desabrochando no teu corpo
naqueles instantes em que me acolhes
e ao mesmo tempo me espinha
Mary Santos
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