Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
Cora Coralina
4 comentários:
Tão bonito
Linda a poesia
Boa tarde!
Eu já estava lendo o blog, daí a demora em ver esta tua mensagem.
Deixarei comentários, certamente.
Sinto, de início, que faltam dados sobre a pessoa responsável pelas postagens - algo que, se não tira a credibilidade, tampouco acrescenta.
Não motiva a interação.
A diversidade de autores é de caráter abrangente e convidativo; aguça a leitura.
De qualquer forma, trata-se de um ótimo trabalho, por Camões, Saramago, Cora Coralina, Lorca, Neruda, Omar Kaiyant...
Obrigado.
Meu caro José Tristão, eu juro que até hoje, só tinha lido dois poemas de Cora Coralina, que não me "tocaram". Mas os poemas dela, que você postou no seu blog, são demais. Parabéns
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