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sábado, 13 de junho de 2020

Duplo Império

Atravesso as pontes mas
(o que é incompreensível)
não atravesso os rios,
preso como uma seta
nos efeitos precários da vontade. 


Apenas tenho esta contemplação
das copas das árvores
e dos seus prenúncios celestes,
mas não chego a desfazer
as flores brancas e amarelas
que se desprendem. 


As estações não se conhecem,
como lhes fora ordenado,
mas tecem o duplo império
do amor e da obscuridade. 


Pedro Mexia, in "Duplo Império"

1 comentário:

SILO LÍRICO - Poemas, Contos, Crônicas e outros textos literários. disse...

Cá estamos, Zé Pereira!
Vim atrás de Miguel Torga
Em seu poema que outorga
Direito de eu vir à beira
Da fonte, sorver que queira
Seu belíssimo poema
Que tem uma luz suprema,
Luz do amor, da poema
À alma dele vazia
Diante do que escrevia
Sobre paixão sua intensa!