Não sei como tudo começou:
suponho
que havia uma figura que depois
se estilhaçou para formar um puzzle.
Mas se juntarem todas as peças
talvez não haja nenhuma figura, e então
de que origem intacta partiu tudo
o que depois se quebrou?
É impossível
fazer estilhaços de estilhaços
sem uma
coerência primeira, agora ausente.
Quando todas as peças se juntam
estaremos reduzidos ainda a uma peça
de uma figura maior, ou essa figura
é uma utopia pragmática, instrumental,
que permite algum sentido ?
Ó significados, para vós, na infância,
tinha um caderno.
Pedro Mexia, in "Duplo Império"

1 comentário:
Boa noite obrigado por sempre nos trazer uma poesia especial.
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