Há momentos que
na alma da gente
paredes oram em silencio,
janelas fogem dos sobrados
e o vento tem corpo congelado
há momentos
que não dizem por que vem
a solidão
há secura sem sede
e fome com muito pão
há momentos
que o pensamento
só quer trazer de longínquos montes
uivos melancólicos de abandono
para suprir a falta que faz um apito
quando um navio vai sumindo
devagarzinho na linha do horizonte...
há momentos
que o delta de um rio
se alarga porque chora
Mary Santos

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