Biografia de Agustina Bessa-Luís
Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de outubro de
1922.
A sua infância e adolescência são passadas nesta região, cuja
ambiência marcará fortemente a obra da escritora.
Estreou-se como
romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado, tendo desde então
mantido um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas,
contando com mais de meia centena de obras.
Representou as letras portuguesas em numerosos colóquios e encontros
internacionais e realizou conferências em universidades um pouco por
todo o mundo.
Foi membro do conselho diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962).
Entre 1986 e 1987 foi diretora do diário O Primeiro de Janeiro
(Porto).
Entre 1990 e 1993 assumiu a direção do Teatro Nacional de D.
Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação
Social.
Foi membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres
(Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de
Lisboa, tendo sido distinguida com a Ordem de Sant'Iago da Espada
(1980), a Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) e o grau de
"Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres", atribuído pelo governo
francês (1989).
É em 1954, com o romance A Sibila, que Agustina Bessa-Luís se
impõe como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa
contemporânea.
Conjugando influências pós-simbolistas de autores como
Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o
simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida numa
escrita de características aforísticas, se conjugam com referências de
autores franceses como Proust e Bergson, nomeadamente no que diz
respeito à estruturação espácio-temporal da obra, Agustina é senhora de
um estilo absolutamente único, paradoxal e enigmático.
Vários dos seus romances foram já adaptados ao cinema pelo realizador
Manoel de Oliveira, de quem foi amiga e com quem trabalhou de perto.
Estão neste caso Fanny Owen ("Francisca"), Vale Abraão e As Terras do
Risco ("O Convento"), para além de "Party", cujos diálogos foram
igualmente escritos pela escritora.
É também autora de peças de teatro e
guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para
teatro e encenado por Filipe La Féria (Teatro Nacional D. Maria II,
1995).
Em Maio de 2002 Agustina Bessa-Luís é pela segunda vez contemplada com o
Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de
Escritores (APE), relativo a 2001, com a obra "O Princípio da Incerteza -
Jóia de Família", obra que Manoel de Oliveira adaptou ao cinema com o
título "O Princípio da Incerteza", e que foi exibido dias antes da
atribuição deste prémio, no Festival de Cannes.
Agustina Bessa-Luís foi distinguida com os prémios Vergílio Ferreira
2004, atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como
ficcionista, e o Prémio Camões 2004, o mais alto galardão das letras em
português.
Morreu hoje, dia 3 de junho de 2019, com 96 anos.
Fonte: wook.pt
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