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quarta-feira, 17 de julho de 2019

O último poema

Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas 

mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço 

sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores 

quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem 

os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam 

sem explicação.

Manuel Bandeira
(Recife, Pernambuco, Brasil)

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