As origens da literatura popular
luso-brasileira com temáticas
de sempre:
crime, sobrenatural, romance.
A génese do movimento gótico
teve lugar na Alemanha no
século XVIII (a balada Lenore
de Gothfried August B]urger é
considerada a obra iniciadora
do género).
Como nunca antes, numa
espécie de onda imparável,
a moda espalhou-se pela
Europa e pelo mundo ocidental
em geral.
As razões conjugavam-se para
justificar esse sucesso: o livro
impresso vulgarizava-se e
tornava-se acessível em termos
de preço; com mais acesso a
fontes de escrita e a projectos
pioneiros de ensino, uma grande
parte da população começou a
aceder com maior ou menor
facilidade a uma educação básica
que antes era simplesmente
inexistente; os escritores
encontravam, pela primeira vez,
um mercado propriamente dito
adequando, pela primeira vez
na história, a sua produção a
uma procura crescente.
Dessa forma encontra-se no gótico literário a génese da literatura policial, fantástica,
da ficção científica, da literatura de acção ou, até, da dita literatura romântica.
No mundo lusófono, traduções de Ann Radcliffe, Fréderic Soulié e muitos dos
primeiros best-sellers do gótico chegaram já no século XIX e o movimento,
por cá, mesclou-se, de alguma forma, com o ultra-romantismo.
Nesta antologia, preparada por Ricardo Lourenço, encontramos uma amostra choruda
dos grandes expoentes do género no universo luso-brasileiro, catalogando uma panóplia
de temáticas que vieram a marcar toda a literatura popular dos séculos seguintes e que
ainda hoje mantém a sua actualidade bem fresca.
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