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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Rascunho de uma sexta-feira

De que me vale a poesia
se estou sempre em solidão?
Quem poderá consolar a aflição
de se perceber sem retorno
algum para devaneios internos?
De que adianta tentar interagir
se quase em todos os momentos
a resposta se transforma em frustração?
De que adianta falar também
aqui se não terei resposta
nenhuma e provavelmente
nenhuma leitura?
E assim a noite segue,
o final de semana se anuncia.
E o poeta permanece pessimista,
dramático, exagerado?
Não sei, só sei da minha solidão!

Luiza Correia

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